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Sistema de Criação

do Cavalo Sorraia

As éguas são mantidas em regime de manadio, em exploração de tipo extensivo, alimentando-se de pastagens naturais mais ou menos enriquecidas, aproveitando muito frequentemente os restolhos das searas. Em períodos de seca e menos abundância de pastagem, a sua alimentação pode ser reforçada manualmente. Como foi referido anteriormente, é reconhecida a rusticidade destes animais, adaptando-se com facilidade à pobreza dos solos e respectivas pastagens.
Por volta dos seis meses os animais são marcados a fogo com um número e o ferro do criador, respectivamente na espádua (ou no pescoço) e na coxa direita, sendo retirada uma amostra de sangue para realização do controlo de filiação, obrigatório para que o animal seja inscrito no Studbook da raça. Aproveita-se geralmente o momento para fazer a toilette dos animais, cortando-lhes as crinas e a rabada de modo a evitar uma maior incidência de ectoparasitas. Em alguns casos é administrado o primeiro tratamento profilático (vacinação e desparasitação). Nem sempre se efectua o desmame, permanecendo a eguada e respectivas crias em conjunto.
Por volta dos três anos os machos são separados da restante manada, podendo ser posteriormente estabulados e desbastados para trabalhos agrícolas, sela ou atrelagem.
Nas coudelarias de maior efectivo, a cobrição é actualmente feita em liberdade, juntando-se o garanhão à eguada durante toda a época de monta (geralmente entre Fevereiro e Junho), já que esta raça tem revelado menor sucesso reprodutivo com a prática do lançamento à mão.
À excepção da população da Alemanha, em que desde sempre se verificou a utilização de 2 a 5 garanhões no mesmo ano de reprodução, era frequente o mesmo garanhão ser utilizado em exclusivo e em anos consecutivos, tendo um deles padreado por um período de 10 anos na mesma eguada. Tal facto acarretou, sem dúvida, uma significativa perda de variabilidade genética, numa população já de si pouco variável dado o reduzido efectivo. Actualmente, verifica-se um esforço por parte dos criadores no sentido de efectivarem uma maior rotatividade dos garanhões que utilizam, recorrendo, inclusive, à utilização de garanhões de outras coudelarias, no sentido de disseminar na raça a contribuição genética de um maior número de indivíduos.
A fertilidade ronda os 57%, havendo coudelarias em que chega a atingir-se os 100% em alguns anos. A idade da égua no momento do parto chega a atingir os 26 anos, sendo mais frequente entre os 4 e os 6 anos.
A viabilidade dos produtos varia entre os 89% e 95%, correspondendo o restante a abortos, nado-mortos e animais que morrem antes de atingir os 6 meses.